sábado, 18 de junho de 2011

Como se escreve amor?




Quando Joey tinha somente cinco anos, a professora do jardim de infância pediu aos alunos que fizessem um desenho de alguma coisa que eles amavam.
Joey desenhou a sua família. Depois, traçou um grande circulo com lápis vermelho ao redor das figuras.

Desejando escrever uma palavra acima do circulo, ele saiu de sua mesinha e foi até á mesa da professora e disse:
- Professora, como a gente escreve...?
Ela não o deixou concluir a pergunta. Mandou-o voltar para o seu lugar não se atrever mais a interromper a aula. Joey dobrou o papel e o guardou no bolso.

Quando retornou para sua casa, naquele dia, ele se lembrou do desenho e o tirou do bolso. Alisou-o bem sobre a mesa da cozinha, foi até sua mochila, pegou um lápis e olhou para o grande circulo vermelho. Sua mãe estava preparando o jantar, indo e vindo do fogão para a pia, para a mesa. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para ela e disse: - Mamãe, como a gente escreve...?
Menino, não dá para ver que estou ocupada? Vá brincar lá fora. E não bata a porta, foi a resposta dela. Ele dobrou o desenho e o guardou no bolso.

Naquela noite, ele tirou outra vez o desenho do bolso. Olhou para o grande círculo vermelho, foi até à cozinha e pegou o lápis. Ele queria terminar o desenho antes de mostrá-lo para seu pai. Alisou bem as dobras e colocou o desenho no chão da sala, perto da poltrona indeclinável do seu pai e disse:
-Papai, como a gente escreve...?
- Joey, estou lendo o jornal e não quero ser interrompido. Vá brincar lá fora e não bata a porta. O garoto dobrou o desenho e o guardou no bolso. No dia seguinte, quando sua mãe separava a roupa para lavar, encontrou no bolso da calça do filho enrolados num papel, uma pedrinha, um pedaço de barbante e duas bolinhas de gude.

Todos os tesouros que ele catara enquanto brincava fora de casa.
Ela nem abriu o papel. Atirou tudo no lixo. Os anos passaram...


Quando Joey tinha 28 anos, sua filha de 5 anos,Annie fez um desenho
Era o desenho de sua família. O pai riu quando ela apontou uma figura alta, de forma indefinida e ela disse: - Este aqui é você, papai! A garota também riu.

O pai olhou pra o grande circulo vermelho feito por sua filha, ao redor das figuras e lentamente começou a passar o dedo sobre o circulo. Annie desceu rapidamente do colo do pai e avisou: eu volto logo! E voltou, com um lápis na mão.

Acomodou-se outra vez nos joelhos do pai, posicionou a ponta do lápis perto do topo do grande circulo vermelho e perguntou.
-Papai, como a gente escreve amor? Ele abraçou a filha, tomou a sua mãozinha e a foi conduzindo, devagar, ajudando-a a formar as letras, enquanto dizia: amor, querida, amor se escreve com as letras T...E...M...P...O (tempo) 

Conjugue o verbo amar todo o tempo. Use o seu tempo para amar.

Crie um tempo extra para amar, não esquecendo que para os filhos, em especial, o que importa é ter quem ouça e opine, quem participe e vibre, quem conheça e incentive.
Não espere seu filho ter que descobrir sozinho como se soletra amor, família, afeição.

Por fim, lembre: se você não tiver tempo para amar, crie.
Afinal, o ser humano é um poço de criatividade e o tempo...
Bom, o tempo é uma questão de escolha.

Um comentário:

Carolina disse...

Amiga, que mensagem linda!
Me emocionei!
Posso posta-la em meu blog?
Bjs e Paz!