Minha
relação com a oração poderia ser resumida com o seguinte
histórico: primeiro, oração era um negócio no qual eu devia
fechar os olhos e colocar as mãos espalmadas enquanto alguém falava
e eu repetia. Depois, era o momento em que eu ficava com um dos olhos
entreaberto para ver quem estava quebrando as regras e cometendo a
heresia de não fechar ambos os olhos. Um pouco mais tarde, oração
era uma coisa automática que eu repetia antes das refeições e
antes de deitar, e tão automático era que na época de pré-primário
era comum eu ajoelhar e, ao invés de dizer o protocolar "querido
Jesus, etc" eu me me pegava falando "um, dois, três,
quatro...". Só percebia minha mancada quando estava lá pelo
doze, avizinhando-se do último número que eu conhecia, que era o
quinze; então eu chacoalhava a cabeça e recomeçava "do jeito
certo".
Durante muitos anos oração para mim foi pouco mais que isso, mas quando a adolescência ia já terminando e eu me vi tendo que agir como quem sabe o que faz, veio uma crise de fé. Era o momento de determinar se eu realmente cria no que eu dizia crer ou se estava, como tantos outros, agindo como um autômato. Nessa época passei a ter conflitos com esse negócio de oração. Para quê ela servia, afinal de contas? Era uma ferramenta para eu convencer a Deus dos benefícios que Ele teria me ajudando, da conveniência de Ele responder aos meus pedidos? Eu nunca fui um bom vendedor, me sentia mal tendo que "convencer a Deus". Ademais, se Deus me amava, se Ele é Amor, por que eu precisava dobrá-lO a me ajudar? E por quê razão eu deveria contar a Ele coisas que Ele conhecia muito melhor que eu? Aquilo tudo não fazia sentido.
Por incrível que pareça, a crise de fé foi superada sem um entendimento real do papel da oração. Ela foi relegada a uma posição de coadjuvância. Converti-me, experimentei a delícia de falar de verdade com meu Deus, de abrir o coração a Ele, passei a orar de forma muito mais sincera e honesta, mas ainda muito pouco e
timidamente.
Foi só recentemente que o poder espetacular da oração me impressionou de fato. Ouvi de pessoas que dialogavam com Deus nas mínimas coisas, ouvi de experimentos científicos que apontavam efeitos sensacionais da oração, ouvi de proezas sendo feitas por pessoas como eu. Entendi, enfim, que Deus tem um contêiner de bençãos que não derrama sobre nós antes que peçamos com muito afinco e perseverança, muitas vezes porque se o fizesse nos entenderíamos merecedores da benção e não há nada pior para nosso destino eterno do que nos imaginarmos dignos do que quer que seja. Entendi também que Deus quer que falemos com Ele muitas vezes todos os dias, porque assim fazendo subjugamos nossa vontade, submetemos-Lhe nosso orgulho e entramos em sintonia com o espírito do Céu. É por isso que Ellen White diz que a oração não faz o Céu baixar, mas nos eleva a ele. Pedindo e pedindo manifestamos confiança no Pai cheio de amor, manifestamos havê-lO reconhecido como poderoso para resolver nosso problema; imagine um pai querendo dar tudo para o filho e esse com dúvidas quanto ao interesse paterno em ajudá-lo. Como esse pai se sentiria?
Batalhando em oração, intercedendo por outros, insistindo com Deus, acionamos um mecanismo divino cujo poder estamos muito longe de sequer desconfiar. "Em Deus", diz o salmista", faremos proezas".
Durante muitos anos oração para mim foi pouco mais que isso, mas quando a adolescência ia já terminando e eu me vi tendo que agir como quem sabe o que faz, veio uma crise de fé. Era o momento de determinar se eu realmente cria no que eu dizia crer ou se estava, como tantos outros, agindo como um autômato. Nessa época passei a ter conflitos com esse negócio de oração. Para quê ela servia, afinal de contas? Era uma ferramenta para eu convencer a Deus dos benefícios que Ele teria me ajudando, da conveniência de Ele responder aos meus pedidos? Eu nunca fui um bom vendedor, me sentia mal tendo que "convencer a Deus". Ademais, se Deus me amava, se Ele é Amor, por que eu precisava dobrá-lO a me ajudar? E por quê razão eu deveria contar a Ele coisas que Ele conhecia muito melhor que eu? Aquilo tudo não fazia sentido.
Por incrível que pareça, a crise de fé foi superada sem um entendimento real do papel da oração. Ela foi relegada a uma posição de coadjuvância. Converti-me, experimentei a delícia de falar de verdade com meu Deus, de abrir o coração a Ele, passei a orar de forma muito mais sincera e honesta, mas ainda muito pouco e
timidamente.
Foi só recentemente que o poder espetacular da oração me impressionou de fato. Ouvi de pessoas que dialogavam com Deus nas mínimas coisas, ouvi de experimentos científicos que apontavam efeitos sensacionais da oração, ouvi de proezas sendo feitas por pessoas como eu. Entendi, enfim, que Deus tem um contêiner de bençãos que não derrama sobre nós antes que peçamos com muito afinco e perseverança, muitas vezes porque se o fizesse nos entenderíamos merecedores da benção e não há nada pior para nosso destino eterno do que nos imaginarmos dignos do que quer que seja. Entendi também que Deus quer que falemos com Ele muitas vezes todos os dias, porque assim fazendo subjugamos nossa vontade, submetemos-Lhe nosso orgulho e entramos em sintonia com o espírito do Céu. É por isso que Ellen White diz que a oração não faz o Céu baixar, mas nos eleva a ele. Pedindo e pedindo manifestamos confiança no Pai cheio de amor, manifestamos havê-lO reconhecido como poderoso para resolver nosso problema; imagine um pai querendo dar tudo para o filho e esse com dúvidas quanto ao interesse paterno em ajudá-lo. Como esse pai se sentiria?
Batalhando em oração, intercedendo por outros, insistindo com Deus, acionamos um mecanismo divino cujo poder estamos muito longe de sequer desconfiar. "Em Deus", diz o salmista", faremos proezas".
Marco
Aurelio Brasil
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