O
homem humilde se surpreende com as muitas coisas boas que vê a sua
volta, em vez de escandalizar-se com as coisas que não pode julgar.
Ele é grato por suas realizações, mas não se desanima por causa
dos fracassos, faz bom uso dos seus dons e logo admite os seus erros.
Mantém-se de bom humor apesar da instabilidade e não se deixa
abater por causa de seus defeitos de caráter. Sua confiança humilde
no amor de Deus e sua fascinação diante da glória de Javé formam
uma barreira de espinhos que o impede de ensimesmar-se e o liberta
para voltar o olhar para os que estão a sua volta.
Jesus
comparou o Reino de Deus à inexplicável colheita feita por um homem
que lança a semente na terra. Com esse simples ato, a parte do
agricultor está feita. Ele hiberna no inverno, dorme tarde, vai
praticar esportes, assiste à televisão, lava roupas, conserta o
buraco no telhado. Seja dia, seja noite, a semente lançada germina e
brota. Ele não tem a mínima ideia de como isso acontece. A terra
faz tudo sem a sua ajuda. Numa manhã ensolarada, ele está pronto
para tomar seu farto café, vai até a porta, coça a cabeça olhando
para as espigas maduras e faz a colheita. (Mt 4:26-29).
Com
a confiança acontece a mesma coisa. Ao longo dos anos, ela se
desenvolve e amadurece. Com
base na sólida e irrefutável evidência da inabalável fidelidade
de Deus, vai
surgindo a certeza da credibilidade Daquele que nos ama
profundamente. Depois que o agricultor semeia a terra, ele pode
dormir tranquilo, e a terra produz o fruto “de si mesma”. O
amadurecimento da confiança acontece do mesmo modo. Assim como a
pessoa humilde acha fácil dizer “eu não sei”, o discípulo que
confia humildemente, quando lhe pedem que explique a certeza que ele
tem do amor de Deus, coça a cabeça e diz: “Não dá para
explicar, porque eu simplesmente não sei a resposta”.
O
cristão confiante descansa certo de que Deus está dia e noite
trabalhando na sua vida. À semelhança do agricultor, ele não é
totalmente passivo nem age com presunção. Sabe que sua parte do
trabalho depende dele e de mais ninguém, mas tem consciência de que
o resultado está nas mãos de Deus, e que o fator decisivo é a
graça imerecida. Assim, ele trabalha como se tudo dependesse de Deus
e ora como se tudo dependesse dele. Ele
aprendeu que a única maneira de não ter sucesso na oração é não
orando.
Brennan
Manning, em “CONFIANÇA CEGA”
Fonte: Salmo 37
Um comentário:
olá Alicinha, amei seu cantinho, gosto de textos assim como os seus, acredito na fé raciocinada, no ser humano como instrumento de amor e fraternidade! bju!
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