sexta-feira, 27 de junho de 2014

Sobre Sogras

Outra dia vi no face uma mensagem que dizia: "Eu amo a minha sogra, pois ela gerou o meu melhor presente".

Parei um pouco para refletir na profundidade desta frase. Em um mundo onde é muito comum as piadas sobre sogras, uma mensagem dessa sobressai aos nossos olhos.

Sempre achei de muito mal gosto esse tipo de piada. Afinal, se está falando da pessoa mais importante da vida do seu companheiro(a). Se você não pode amá-la, pelo menos respeite-a.

Eu ainda não tenho sogra, mas já guardo comigo este sentimento de amor pela pessoa que gerou o presente de Deus para minha vida.

Como se mede uma pessoa?


Os tamanhos variam conforme o grau de envolvimento. Ela é enorme pra você quando fala do que leu e viveu, quando trata você com carinho e respeito, quando olha nos olhos e sorri destravado.
É pequena pra você quando só pensa em si mesmo, quando se comporta de uma maneira pouco gentil, quando fracassa justamente no momento em que teria que demonstrar o que há de mais importante entre duas pessoas: a amizade.
Uma pessoa é gigante pra você quando se interessa pela sua vida, quando busca alternativas para o seu crescimento, quando sonha junto.
É pequena quando desvia do assunto. Uma pessoa é grande quando perdoa, quando compreende, quando se coloca no lugar do outro, quando age não de acordo com o que esperam dela, mas de acordo com o que espera de si mesma.
Uma pessoa é pequena quando se deixa reger por comportamentos clichês.
Uma mesma pessoa pode aparentar grandeza ou miudeza dentro de um relacionamento, pode crescer ou decrescer num espaço de poucas semanas: será ela que mudou ou será que o amor é traiçoeiro nas suas medições?
Uma decepção pode diminuir o tamanho de um amor que parecia ser grande. Uma ausência pode aumentar o tamanho de um amor que parecia ser ínfimo.
É difícil conviver com esta elasticidade: as pessoas se agigantam e se encolhem aos nossos olhos. Nosso julgamento é feito não através de centímetros e metros, mas de ações e reações, de expectativas e frustrações. Uma pessoa é única ao estender a mão, e ao recolhê-la inesperadamente, se torna mais uma.
O egoísmo unifica os insignificantes. Não é a altura, nem o peso, nem os músculos que tornam uma pessoa grande. É a sua sensibilidade sem tamanho.


Martha Medeiros

quinta-feira, 5 de junho de 2014

De mãos dadas

paz de Jesus, confia no Pai


Pai e filho trafegavam a pé, pelas avenidas da grande Metrópole. Um barulho atormentador, carros passando com tudo, motoqueiros fazendo zigue zague , gente como nunca transitavam pelas calçadas cada um sendo mais apressado, rumo a seu itinerário. 
A criança estava apegada à mão do pai, e este estava fazendo um malabarismo para desviar de pedestres, muito atento ao trânsito pesado , que exige a máxima atenção . 

Ao atravessar o farol ( sinaleiro). Enquanto o pai fazia uma ginástica para livrar dos obstáculos, chegar ileso do outro lado à criança tranquila, e do outro lado da avenida, perguntou ao pai quantos andares tinha o prédio que estava em frente. O pai não soube responder, nem se quer tinha notado o prédio, porque sua atenção estava voltada para o trânsito. O Senhor não sabe? Tem trinta e dois andares. 

O trânsito sobrecarregado das Metrópoles, os obstáculos, o barulho ensurdecedor, nada disso afetou a criança que transitou com tranquilidade e liberdade para contar os andares do prédio. Os seus problemas estavam depositados e confiava na pessoa de seu pai. Enquanto ele dava seus pulos para seguir o caminho, ela observava com detalhes tudo em volta sem preocupar com nada. Imagine o que poderia acontecer, se essa criança desvencilhasse de seu pai e fosse fazer ao seu modo esse mesmo percurso , com sua atenção voltada para o prédio? Nem é bom pensar. 

Assim é a vida, de muitos que não estão de mãos dadas ao Pai celestial , para serem protegidos e conduzidos pelas avenidas de suas vidas, preferem estar sozinhos em meio a turbulência de suas jornadas. Quantas pessoas envolvem em desastres espirituais porque não estão de mãos dadas com Deus. Quantos foram atropelados espiritualmente: oravam, jejuavam, meditavam na Palavra de Deus, deixou suas mãos escapulir das mãos de Deus e vivem atribulados de um lado a outro tentando escapar sozinhos do trânsito e tragédias da vida. Enquanto poderiam estar sendo conduzidos, por Deus, suas vidas estariam uma benção.

Como é mais fácil ser conduzidos pelo Pai. Com Ele nos guiando temos certeza que as avenidas perigosas não são obstáculos para nós , Ele cuida de tudo, logo passamos para o outro lado sem sermos atropelados , sem escoriações, sem dano algum, andando todo percurso com tranquilidade, até para brincar , contar quantos andares existem nos prédios ao lado.

E aí você!.. Porque preocupas, se estás de “ Mãos dadas com Jesus” ? Deixa os problemas das avenidas, esqueça o trânsito maluco , infernal, confie n´Ele . Fique tranquilo, pode contar os andares das torres, enquanto seu Pai celestial te conduz sem envolver em acidentes.

As mãos de Deus estão estendidas para te socorrer assim como os ouvidos atentos para ouvir seu pedido de “ SOS” . Ata a sua mão com a Dele e descanse.

Is 59:1 Eis que a mão do Senhor não está encolhida, para que não possa salvar; nem agravado o seu ouvido, para não poder ouvir.


Crescer dói


crescimento espiritual



E crescia Jesus em sabedoria, estatura e graça....


Há um livro interessante que acabou virando filme, chamado O Tambor, do alemão Günter Grass. É a história de um menino teimoso que recusava-se a crescer. Quando queria alguma coisa, pegava seu tambor e ficava batendo com um cabo de vassoura sobre ele até que alguém o atendesse. E já com idade adulta tinha a aparência e o corpo de uma criança.

Às vezes penso que é menos penoso continuar sendo o que sempre fomos. Para que arriscar? Para que sair do porto seguro e singrar por rios perigosos e traiçoeiros, que não conhecemos bem? Para que sair do aconchego dos pensamentos que trazem sossego à alma, e aventurar-se por abismos e montes escarpados? O senso comum diz que viver na planície é mais seguro que escalar as altas montanhas.

Há cristãos que gostam de viver nas planícies. As montanhas lhes dão vertigens.

Há cristãos que recusam-se a sair da segurança encontrada nos limites do terreno em que ele mantém controle, e sair fora dessa área demarcada na alma é inimaginável para ele. É o medo de perder a identidade, é o medo do novo, o medo do não conhecido.
Crescer é abandonar posições confortáveis, é deixar o que é seguro, é começar a subir em direção ao ar rarefeito dos altos montes. Crescer é recusar a permanecer no conquistado, é romper com o passado, uma ruptura que vai levar a uma descontinuidade da rota até então vivida. Crescer dói porque nos leva a dar um passo quando queríamos ficar parados. Os fariseus foram incapazes de entender o que Jesus dizia e fazia porque reusaram-se a dar o segundo passado, a andar a segunda milha...

Todos os seres vivos, animais e vegetais e até mesmo os minerais têm em si o potencial de crescimento. Uma semente de laranja carrega em si a potencialidade de um pé frondoso carregado de frutos. Um pires com água e sal deixado por alguns dias começa a produzir pequenos cristais de sódio. Todas as plantas crescem em direção ao sol.

Creio que o cristão traz em si a capacidade de crescimento que o Espírito nos dá. Se não temos crescido devemos olhar o que tem impedido esse processo. Muito provavelmente desenvolvemos apegos à nossa forma de ser. Eles funcionam como laços que nos impedem de dizer adeus à nossa infância, aos nossos quereres, às manhas e manias, à forma fixa de pensar. Não raro vemos adultos carregando sombras não resolvidas do passado que assombram o presente, vemos homens e mulheres incapazes de um relacionamento saudável por conta de resquícios infantis, que tinham sentido lá atrás, mas agora só trazem complicações.

Paulo diz que ele plantou, Apolo regou, mas Deus é quem dá o crescimento. Todo pai quer ver seu filho crescendo. É o processo natural. Mas quando vemos, nas regiões subnutridas de nosso país, pessoas que não crescem devido ao nanismo, doença que causa um baixo desenvolvimento corporal. Logo, ficamos imaginando que pode estar havendo no meio evangélico um nanismo espiritual, provocado por uma alimentação inadequada ou por um desejo próprio, mas oculto da consciência, de permanecer ad eternum no mesmo estágio.

Todos os autores bíblicos exaltaram a profundidade do conhecimento e das maravilhas de Deus. É quase uma afronta, diante do Rei, ficar na superfície, viver de modo fútil, brigar por bobagens, contentar-se com a mediocridade, buscar repetir experiências que, no passado, tiveram seu significado, mas hoje não tem mais...

Obsessão pelo passado, ou tentar encontrar no presente imagens de um passado que já se foi podem indicar um estratagema mental para não olhar para frente, e com isso não ter a responsabilidade de crescer.

Anões espirituais recusam-se a quebrar paradigmas, a ir além do que foi dado. Não há coragem para invocar a Deus e pedir-lhe para revelar-nos coisas novas e ocultas que não sabemos (Jr 33.3).

Crescer dói, mas sem crescer não como alcançar a estatura que Deus deseja para nós.


Daniel Rocha